sábado, 23 de julho de 2011

NOSSAS CIDADES

CIDADES ENCADERNADAS

José Neres
(O Estado do Maranhão)


            Em uma de suas mais conhecidas frases, o romancista russo Liev Tolstoi diz que se alguém quer ser universal deve começar pintando a própria aldeia. Embora inúmeras vezes reproduzido, esse pensamento não foi levado muito a sério por gerações seguidas, que acreditavam que ser universal era ser cosmopolita, era conhecer os pontos mais badalados do mundo, ter um passaporte com diversos carimbos e rechear um álbum com fotos tiradas nos mais variados pontos turísticos.
            Com relação aos estudos históricos, durante muito tempo, alguns pesquisadores também pensaram que ser universal era mergulhar nos estudos totalmente afastados dos acontecimentos regionais e  dar um tom de impessoalidade aos trabalhos. No entanto, nas últimas décadas, isso está mudando e os historiadores começaram a ver que suas próprias regiões podem servir como fonte de pesquisa, que o passado de um povo não se resume apenas aos grandes feitos heróicos, às batalhas e às administrações muito bem ou muito mal conduzidas.
No caso do Maranhão, ultimamente, temos assistido a uma série de lançamentos de obras que tentam resgatar a história de cada cidade. São livros que servirão como fonte de pesquisa para as gerações futuras. E não são apenas as pessoas com curso superior em História que despertaram para a importância do resgate do passado e da fixação do presente, mesmo com um olhar muitas vezes subjetivo, nas páginas impressas de um livro.
Na capital maranhense, livros que buscam resgatar a história e as efemérides da cidade disputam espaço com foto-reportagens que, geralmente associadas a textos de cunho poético, mostram os encantos da Ilha em cores vivas, eternizando momentos no jogo de luz e sombra captado pelo olha sensível dos fotógrafos. No primeiro caso temos, como exemplos, o livro “Guia de São Luís”, de Jomar Moraes, obra indispensável para quem deseja aprofundar-se nos segredos e mistérios da cidade. Temos também “Caminhos de São Luís”, de Carlos de Lima, que traz curiosidades sobre os nomes de ruas e praças da Capital. Os livros “São Luís: Luz di Versos”, de Brawny Meireles; “São Luís, 1908 – 2008, A cidade no Tempo”, livro no qual Albani Ramos faz um paralelo comparativo de cem anos de mudanças na Cidade, cruzando olhares com as fotografias tiradas um século antes por Gaudêncio Cunha; e “São Luís: Alma e História”, também de Albani Ramos, com textos de Sebastião Moreira Duarte.
Imperatriz conta também com um bom acervo sobre sua história. Adalberto Franklin, além de reeditar clássicos como “O Sertão” de Carlota Carvalho, publicou alguns livros importantes para a compreensão da evolução histórica da Cidade, como é o caso de “Apontamentos e fontes para a História Econômica de Imperatriz” e “Breve História de Imperatriz”. Outro livro de vital importância é a “Enciclopédia de Imperatriz”, de Edmilson Sanches, uma fonte inesgotável de consulta e de pesquisa.
Mas não são apenas São Luís e Imperatriz que se veem retratadas em livros. Diversas outras cidades são homenageadas com estudos de bom porte e de boa qualidade. Eis aqui alguns títulos que retratam cidades maranhenses: “São José de Ribamar: a Cidade, o Santo e sua Gente”, (de José Ribamar Sousa dos Reis). “São José de Ribamar: a Lenda” (por Antônio Miranda, em quadrinhos). “São Bento dos Peris: água e vida”, (de Álvaro Melo); “Grajaú: um estudo de sua história” (de Márcio Coutinho); “História de Barreirinhas: Portal dos Lençóis Maranhenses”, (de Baial Ramos). “Pastos Bons: Tempo e Memória” (de Celso Barros Coelho); “De  Miritiba a Humberto de Campos: Trajetória Histórica” (de Dulcinéia Espíndola). “São João Batista, suas lutas, conquistas e vitórias (de Luiz Raimundo Costa Figueiredo); “Bacabal: cenas de um capítulo passado” (de Zé Lopes); “Morros: história e memória de um povo” (de Rogério Rocha)  “Um Passeio pela História de Arari”. (de João Francisco Batalha), “A Viana dos meus avós e a que vivi” (de Rogéryo do Maranhão),  “Terra Querida” e “Viana, te amarei por toda a vida”, (José Soeiro).
Não são apenas esses livros. Felizmente há muito mais, que nem sempre chegam ao conhecimento de quem não conhece pessoalmente as muitas cidades do Maranhão. Aos poucos, os pesquisadores maranhenses vão dando um tempero regional à universalidade histórica da própria terra.

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